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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Ignorância aumenta a temperatura


Tinha acabado de fazer a apresentação do projeto Escola Consciente (www.projetoescolaconsciente.blogspot.com) nas turmas de segundo ano do Ensino Médio, na qual falei como devemos enfrentar os desafios com ideias inovadoras. Como exemplo bem simples, a árvore que estraga a calçada na frente de suas casas. Expliquei a importância das árvores para os moradores da rua, e falei como nós, automaticamente, pensamos na "solução" mais rápida e mais barata: cortar a árvore. Não é que estava vindo da escola para casa, quando passo pela praça Rui Barbosa, uma das mais arborizadas e frescas da cidade. E acaba de ganhar um presente de São João dos seus moradores. Foi feito um abaixo-assinado com mais de 55 nomes para cortar algumas  das árvores, que segundo uma das moradoras foram plantadas pelo seu filho. Eles alegam que as raízes dessas árvores, que estão de 10 a 15 metros afastadas de suas casas, estão estragando a calçada e invadindo as casas. Mas será que cortar é uma solução? Para eles não só é uma solução como é a única.
A falta de conhecimento e de percepção do mundo em sua volta parece ser consenso em Ilhéus, visto que a prefeitura só corta árvores e não planta nenhuma.
Assim como cortam neste momento as 13:00 da tarde de hoje essas árvores, cortaram na Avenida Bahia e o resultado foi uma rua muito mais quente e feia. Isso que estamos falando apenas no impacto direto.
Abaixo fotos do resultado da ignorância frente os problemas e desafios deste novo século.













sábado, 29 de maio de 2010

É jovem? É moderno? É Marina

Reportagem da Revista Veja do dia 02/06

Estar lá atrás nas pesquisas não diminui a empolgação por Marina Silva da juventude bem-nascida, bem conectada e bem-pensante que, sem ganhar nada, se mobiliza em favor da candidata do PV, a quem vê como "o nosso Obama"


Juliana Linhares
Edu Lopes
AVATAR DOS MARINEIROS
Proselitismo na internet, nas festas, até no elevador: entusiasmo para divulgar e promover a candidatura de Marina

Marina Silva, 52 anos, pode não ter base partidária importante, fartos recursos de campanha nem espaço para crescer. Mas tem uma coisa que faz qualquer adversário morrer de inveja: bandos de jovens encantados com seu discurso e sua personalidade, dispostos a erguer as mangas dos moletons, de marca, e gastar as solas dos tênis, de grife, para nadar contra todas as evidências pré-eleitorais e elegê-la presidente. Ainda por cima, eles se dispõem a fazer tudo isso na moral, muitas vezes bancando pequenas despesas, e na maior animação - lembram-se de um partido que no passado distante era assim? São os "marineiros", como se autodenominam os defensores da candidata do Partido Verde, em geral jovens das classes média e alta que estudaram em bons colégios, seguiram profissões conectadas à modernidade e têm na causa ambiental a maior, se não única, energia mobilizadora. Sem hesitação, declaram-se unanimemente a-pai-xo-na-dos por Marina. E provam. O carioca Eduardo Rombauer, hoje com 30 anos, é marineiro de primeira hora. Quando ainda estava no Ministério do Meio Ambiente, em 2007, Marina dava uma palestra em Brasília quando percebeu alguns estudantes, Rombauer à frente, que distribuíam broches com seu rosto pintado. Mandou pedir que parassem. Dois anos depois, em outra palestra, lá estava o grupinho de Rombauer, que pediu e obteve uma conversa com ela. "Lembra dos broches? Fui eu que fiz. Agora, vou retomar a campanha pela sua candidatura. Nem que a senhora não queira", relembra o carioca insistente. "Ela disse: ‘Menino, faça isso, não. Vai me dar problema para mais de metro’." Rombauer foi em frente e criou o Movimento Marina Silva. "Cinco meses depois, o PV a convidou para ser a candidata do partido à Presidência. Não tenho dúvida de que isso aconteceu por nossa causa." O movimento atualmente tem 20 000 seguidores virtuais.
Fotos Fernando Cavalcanti, Alexandre Faria, Jacques Faing e Renatto de Souza/689 imagens
A FRATERNIDADE DOS BACANAS
Encontro do Movimento Marina Silva, adesivo no casamento de Renata e Rangel, a joalheira e doadora Elisa (à esq.) e Ana Paula, a socialite verde (de azul), no jantar para a candidata: mobilização espontânea

Com seu jeito habilidoso de falar e a tranquilidade de quem só tem a ganhar numa eleição que a projetará como personalidade carismática, mesmo com os atuais 12% de preferência de votos, Marina afaga os fãs. "Os jovens são portadores naturais da antecipação do mundo. Enquanto a gente vai consolidando uma experiência, eles desequilibram tudo, e buscam outra coisa. É isso que faz com que o mundo não pare", diz. Pesquisadores políticos acompanham com interesse a campanha espontânea em favor de Marina. "Esta disputa tem dois candidatos mais velhos, que remetem ao século XX. Quem traz uma conversa nova para esses meninos é a Marina", diz Antonio Lavareda, profissional do marketing político. Um exemplo: referências à militância contra a ditadura, constantes das biografias de José Serra e Dilma Rousseff, tendem a provocar efeito zero, quando não rejeição, nessa parcela do eleitorado. "A gente quer pensar no futuro, não no passado. Eu respeito, mas para mim é só um jeito de colocar alguma qualidade na Dilma, que não tem nenhuma. A Marina é o nosso Obama, a nossa esperança", exalta Matheus Braz, 16 anos, de Ilhéus, Bahia, que se apresenta como "web ativista" da candidata. "Eu descubro pesquisas e links sobre ela e passo para os outros. Gasto duas horas por dia nisso. Mas faço de uma maneira consciente, sem entupir a caixa postal das pessoas", explica. Outras ações espontâneas têm o mesmo ar de cativante ingenuidade só permissível em candidaturas alternativas. A produtora de objetos para cinema Camila Tarifa, paulistana de 25 anos, fez uma vaquinha entre os amigos e mandou confeccionar por bordadeiras da Paraíba, claro que de uma comunidade carente, 200 bonequinhas em forma de broches. "Elas serão marininhas, e virão com coque e xalezinho, como ela", descreve Camila.
Para os marineiros, todo argumento potencialmente desvantajoso para a candidata dispara logo um contra-argumento. Marina tem poucas intenções de voto e nenhuma probabilidade de ganhar as eleições? "É porque ela só é conhecida por 25% das pessoas. Tem gente que ainda a confunde com a Heloísa Helena. Mas, quando os outros 75% a conhecerem, vão todos gostar dela", rebate Rombauer. Marina é evangélica, da Assembleia de Deus, e sabida e publicamente contrária ao casamento gay? "Ela não vai colocar sua fé acima de tudo. Vai fazer plebiscitos e, se a população for a favor dessas questões, vai aceitá-las", acredita o cineasta Victor Fisch, 25, inventor de peculiar ação de marketing pró-Marina. "Chamo de guerrilha de elevador. Se estou num com minha mulher e uma terceira pessoa entra, começo a dizer para a Camila: ‘Hoje eu vi aquela tal de Marina na televisão. Ela é boa, viu? Devemos prestar mais atenção nela’."
Outro público junto ao qual a candidata faz sucesso é o das socialites ambientalmente esclarecidas. Quem a introduziu nessa floresta foi a paulista Ana Paula Junqueira, 39, uma espécie de anti-Marina: rica de berço, milionária por casamento, usuária de grifes de altíssimo luxo, frequentadora de festas famosas de todos os continentes. Ana Paula tem pretensões políticas - atualmente, ambiciona uma candidatura a deputada federal pelo PV - e deu uma festa para apresentar Marina a seu círculo de amizades. Como nas altas-rodas da Califórnia, teve até lama tibetano na festa. Com a candidata, diz ter aprendido muita coisa, "inclusive a melhorar os meus speeches. Agora, na hora de falar, falo com o coração". Na sua opinião, "Marina só se compara a Mandela" - a quem conhece pessoalmente, aliás. Outra entusiasta, a joalheira chique Elisa Stecca, 46, doou joias para um leilão de arrecadação de fundos para a campanha do PV e tem motivos astrológicos para seu engajamento: "A era de Aquário, de que tanto se fala desde os anos 60, agora chegou, com Marina".
Criada num seringal no Acre, em meio a dificuldades inimagináveis mesmo para os muito humildes, Marina circula com naturalidade nesses meios rarefeitos. Para os que a consideram uma espécie de avatar reencarnado, ela reserva a surpresa da vaidade saudável. "Minha avó sempre dizia: ‘Minha filha, mulheres que não são avantajadas nem em cima nem embaixo têm de ter pelo menos a cintura fina’", explica sobre os cintos marcantes. E o coque onipresente? "É porque meu cabelo está muito branco e disseram que eu pareço uma alma", ri. De salto alto e maquiagem de uma marca japonesa (tem alergia às outras), ela se considera, sim, elegante. "Acho que eu estou bem na foto", define. Visto que pesquisas do PV indicam que 60% de seus eleitores têm entre 18 e 44 anos e estão dia e noite na internet, Marina, que usa o computador basicamente para mandar e-mails, entende a importância da web e agora tem um assessor de Twitter. Melhor do que isso, só a espontaneidade de apoios como o de Renata de Azevedo e Rangel Mohedano, ambos de 29 anos, engenheiros ambientais, que se casaram no começo de maio e, junto com os bem-casados, distribuíram adesivos dela. "A Marina faz parte da nossa história como casal e como indivíduos", explica a noiva, numa linguagem tipo assim totalmente marineira.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Organizações que assinaram Manifesto pela Lagoa Encantada entregue a ministra do MMA

Estas são as 93 associações locais, nacionais e internacionais que assinam o Manifesto pela Lagoa Encantada BA (que você encontra aqui):  1  AÇÃO ILHÉUS - Associação Ação Ilhéus 2 ACIAI - Associação Centro Educacional e ação Integrada –  Ilhéus 3 AFNSI  - Associação dos Funcionários da FUNASA 4 AMAR - Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária - Paraná 5 AMARRIBO - Amigos Associados de Ribeirão Bonito - SP 6 AMDA - Associação Mineira de Defesa do Ambiente - MG 7 AMORVIJU - Associação dos Moradores da Vila Juerana 8      APAN - Associação Paraibana dos Amigos da Natureza 9 Apoena - Associação em Defesa do rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar - SP 10 APREMAVI - Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Viva 11     APROMAC - Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte - PR 12 ASIC - Associação dos Servidores de Nível Intermediário da CEPLAC 13 Associação Brasileira de Vivências com a Natureza - Instituto Romã 14 Associação dos Moradores do São Miguel - Ilhéus 15 Associação dos Pescadores do Povoado de Serra Grande - Ilhéus 16 Associação Filtro dos Sonhos – Ilhéus 17 Associação Mico-Leão-Dourado 18    Associação para proteção da Mata Atlântica do Nordeste 19  Associação Praia Local Lixo Global - Global Garbage Brasil 20 Associação  Rosa dos Ventos 21 Banda O QUADRO – Ilhéus 22 CARITAS Diocesana de Ilhéus 23 CASA - de Ação Socioambiental de Ibicaraí – Ibicaraí 24 Casa do Boneco – Itacaré 25 Central de Orientação, Desenvolvimento e Apoio da Pesca Responsável - COPERE Santos -  SP 26 Centro de Referência do Movimento da Cidadania pelas Águas Florestas e Montanhas Iguassu Iterei 27 CIMI  - Conselho Indigenista Missionário– Equipe Itabuna 28 Coalizão SOS Abrolhos 29 COATI-Centro de Orientação Ambiental Terra Integrada-Jundiaí 30 Colônia de Pescadores e Aquicultores Z-18 - Itacaré 31 Colônia de Pescadores e Aquicultores Z-34 – Ilhéus 32 Colônia de Pescadores Z-19 - Ilhéus 33 Comissão Pastoral da Terra- CPT – Equipe Sul e Sudoeste 34 Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica 35 Conservação Internacional – Mata Atlântica 36 Crescente Fértil – Resende-RJ 37 Docentes e Discentes do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Biodiversidade da UESC. 38 ECOMAR  - Associação de Estudos Costeiros e Marinhos 39  Escola Dendê da Serra – Serra Grande-Uruçuca 40 Estância Agrícola D. Eduardo I – Ilhéus 42 FASE BAHIA -  Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional43 FUNBIO – Fundo Brasileiro para a Biodiversidade 44 Fundação Biodiversitas 45 Fundação SOS Mata Atlântica 46 Gambá – Grupo Ambientalista da Bahia 47 Greenpeace 48 HNB - Human Network do Brasil 49 IA-RBMA - Instituto Amigos da Reserva da biosfera da Mata Atlântica 50  IESB - Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia 51 Instituto Água Boa 52 Instituto Ambiental (OIA) - Petrópolis 53 Instituto BiomaBrasil 54 Instituto Búzios – Salvador55  Instituto Ecotuba 56 Instituto EntreAtos de Promoção Humana 57  Instituto Floresta Viva 58 Instituto Ilhabela Sustentável 59Instituto Socioambiental 60 Instituto Soma Brasil  - Cabedelo – PB61 IPAAC - Instituto de Pesquisas Ambientais e Ações Conservacionistas 62 Ipê – Instituto de Pesquisas Ecológicas 63ITEREI- Refúgio Particular  de Animais Nativos 64 Jornal ATITUDE – Uruçuca 65 Lead Comunicação e Sustentabilidade - São Paulo 66 LECTS – Lagoa Encantada Cidadania e Turismo Sustentável – Ilhéus 67 Local Beach Global Garbage 68  MDPS - Movimento de Defesa de Porto Seguro69     Mecenas da vida – Uruçuca 70 Movimento Defenda São Paulo 71Movimento Quilombola  - Itacaré 72 Nossa Ilha Mais Bela - Ilhabela - SP 73 OPTA-Organização Patrimonial, Turística e Ambiental 74Organização Sócio Ambientalista Joguelimpo 75 Patrulha Ecológica – Escola da Vida – Caravelas - BA 76 Pindorama Filmes 77     PIZZA NA PRAÇA – SERRA Grande – Uruçuca 78 Ponto de Cultura, LIbelula - Itacaré 79 Fundação Projeto Tamar 80 PRÓ-MAR - Organização Sócio Ambientalista 81 Rede de Justiça Ambiental 82 Rede GTA - Oficina Escola de Lutheria da Amazonia 83 Rede Sul da Bahia Justo e Sustentável 84 Reserva Alto da Esperança  - Itacaré 85 RPPN Estancia Manaca  - Ibicaraí 86 RPPN Manona 87 S.O.S. Itacaré  - Itacaré 88Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil - SAVE Brasil  89Surfrider Foundation – Rio de Janeiro 90 SV Planet 91 Teatro Popular de Ilhéus – Casa dos Artistas – Ilhéus 92 Terra Organização da Sociedade Civil 93 TOXISPHERA – Associação de Saúde Ambiental – PR94 WWF-Brasil

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Lagartos entram em extinção mundial por causa do aquecimento


Bichos são ‘sensores térmicos’; 40% das populações devem sumir até 2080.
Com participação de pesquisador brasileiro, estudo sai na revista ‘Science’.

Do G1, em São Paulo

Fêmea de 'Sceloporus mucronatus', espécie com baixa temperatura corpórea, portanto altamente suscetível ao aquecimentoFêmea de 'Sceloporus mucronatus', espécie com baixa temperatura corpórea, portanto altamente suscetível ao aquecimento (Foto: Barry Sinervo / Science)
Um grupo de 26 cientistas de 11 países, entre os quais um brasileiro, concluiu que os lagartos já cruzaram o portal das extinções em massa, por causa do aquecimento global. Além de um certo limite de elevação da temperatura, eles simplesmente não estão conseguindo se adaptar. Os pesquisadores calcularam que 40% das populações locais serão extintas até 2080. Em termos de espécies, 20% vão desaparecer até lá, caso o padrão de emissões de gases-estufa siga na mesma toada. Na avaliação dos especialistas, muitas das extinções projetadas para 2080 até podem ser evitadas, caso finalmente haja esforços de fato (e não apenas declarações de intenções) para reduzir emissões. Mas o cenário para 2050 é “provavelmente inevitável”, sentenciam.
Achávamos que os lagartos seriam capazes de se adequar, aclimatar, evoluir rapidamente para fazer frente a esse processo de aquecimento, mas verificamos
que não existe esse processo de evolução assim tão rápido, porque a arquitetura genética associada à fisiologia deles não anda tão rápido quanto o aquecimento"
Carlos Duarte Rocha, biólogo da UERJ
“Os lagartos são elementos indicadores muito bons das relações com a térmica do ambiente, porque são muito sensíveis às variações de calor”, explicou ao G1 Carlos Duarte Rocha, do Departamento de Ecologia do Instituto de Biologia da UERJ, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Os bichos vivem se “termorregulando” – calibram a tempertura corpórea pela temperatura do ambiente – movendo-se habilmente por seu “nicho térmico”. Nicho térmico é o conjunto de ambientes que eles exploram para, compensando aqui e ali, manter a temperatura média. “O lagarto se expõe ao sol para atingir uma determinada temperatura corpórea, depois vai para a sombra, depois volta para o sol a fim de ‘fazer manutenção’”, explica Rocha. “Mas com a desregulação resultante do aquecimento, ele não consegue mais ter essa margem de manobra. Resultado: retorna ao abrigo rápido demais, mesmo sem ter se alimentado, porque se não bater em retirada entra em torpor e morre”, diz o cientista.
Assim, se um lagarto poderia há alguns anos ficar em atividade por 12 horas fora do abrigo, hoje, com todo o arrocho nos termômetros, a única faixa viável de livre trânsito se estreita para 3 ou 4 horas. “Ele não vai conseguir alimento em quantidade necessária, não vai atingir o tamanho que é preciso para delimitar território e procriar, simplesmente não terá sucesso reprodutivo”, descreve Rocha. Ou seja: tudo que é essencial para sobreviver é tirado dos bichos.
Ritmo de extinções até 2080Ritmo de extinções até 2080 (Foto: Barry Sinervo e colegas / Science)
“Achávamos que os lagartos seriam capazes de se adequar, aclimatar, evoluir rapidamente para fazer frente a esse processo de aquecimento”, conta o biólogo. “Mas verificamos que não existe esse processo de evolução assim tão rápido, porque a arquitetura genética associada à fisiologia deles não anda tão velozmente quanto o aquecimento.”
Os pesquisadores cruzaram dados sobre a temperatura do corpo de lagartos e os séries históricas de distribuição geográfica de diferentes espécies para determinar quantas horas de restrição da atividade poderiam ser sustentadas pelos lagartos.
Para piorar, constataram que os ambientes em que ocorreram as erradicações não são perturbados e, a maioria deles está em parques nacionais e outras áreas protegidas. Conclusão: enquanto a recente extinção global de anfíbios não está diretamente relacionada à mudança do clima, mas, principalmente à propagação de doenças, as extinções de lagartos se devem ao aquecimento do clima, de 1975 até o presente.
Eles destacam que esse desaparecimento em massa terá importantes repercussões “para cima” e “para baixo” na cadeia alimentar, já que os lagartos são presas importantes para muitos pássaros, serpentes e outros animais, e importantes predadores de insetos. Os pesquisadores preveem, em nota apresentando suas conclusões, “o colapso de algumas espécies no extremo superior da cadeia alimentar, e uma liberação para as populações de insetos".
Quanto sol na moleira pode um lagarto aguentar?
Para investigar a ligação entre extinções e temperatura, os pesquisadores foram a uma área na Península de Yucatán onde o lagarto-azul (Sceloporus serrifer) havia declinado nos seus estoques populacionais, instalaram dispositivos que simulavam o corpo de um lagarto tomando sol e fizeram o registro das temperaturas em um microchip. Os dispositivos foram fixados por quatro meses em locais expostos ao sol em áreas com e sem populações sobreviventes do lagarto-azul-espinhoso.
O líder do estudo, Barry Sinervo, do Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade da Califórnia, câmpus de Santa Cruz, usou as descobertas para desenvolver um modelo de risco de extinção baseado nas temperaturas máximas do ar, na temperatura fisiológica de cada espécie de lagarto quando está ativa e as horas nas quais a atividade seria restrita pela temperatura do ambiente. Onde foram extintos, a redução do período de atividade, por excesso de calor, chegou a 9 horas por dia, diz Rocha.
Na comparação entre as previsões do modelo com as observações no México, as únicas diferenças foram em alguns casos onde a população foi eliminada mais cedo do que o esperado por causa da competição com uma espécie que expandiu a sua ocorrência, porque estava adaptada a temperaturas mais quentes.
Indícios no Brasil
No caso específico de um lagarto que só existe no estado do Rio de Janeiro, o lagartinho-branco-da-praia (
Liolaemus lutzae), estudado há décadas por Rocha, desde 1984 o número de áreas de restinga nas quais a espécie poderia ser encontrada caiu de 24 para 17. Isso significa que houve quase 30% de extinção de populações locais.
Lagartinho-branco-da-praia ('Liolaemus lutzae'), que só existe no RJ: quase 30% de extinção de populações locais desde 1984Lagartinho-branco-da-praia ('Liolaemus lutzae'), que só existe no RJ: quase 30% de extinção de populações locais desde 1984 (Foto: Luiz Cláudio Marigo via Carlos Frederico Duarte Rocha)
A parte brasileira da pesquisa “Erosion of lizard diversity by climate change and altered thermal niches”, publicada na “Science” desta semana, teve financiamento do CNPq e da Faperj.

domingo, 9 de maio de 2010

Sul da Mata Atlântica resistiu à era do gelo, aponta pesquisa de Rio Claro

De tempos em tempos, a Terra esfria muito e boa parte da água do planeta congela, tornando o clima frio e seco. Esse período glacial, também conhecido como era do gelo alterna épocas quentes e úmidas, como a que vivemos agora, denominadas interglaciais. Os cientistas afirmam que esse movimento é cíclico e vem acontecendo há milhares de anos. Eles acreditam que o congelamento e a seca teriam fragmentado a Mata Atlântica e destruído sua porção mais ao sul, durante a última era do gelo, há 12 mil anos. Essa hipótese, porém, parece improvável diante de uma pesquisa do câmpus de Rio Claro.


O novo estudo, Phylogeography of endemic toads and post-Pliocene persistence of the Brazilian Atlantic Forest, foi publicado na terça-feira (3/5) na revista científica americana Molecular Phylogenetics and Evolution. Maria Tereza Chiarioni Thomé é a autora principal do artigo e doutoranda em Zoologia pelo Instituto de Biociências, câmpus de Rio Claro. A pesquisa encontrou espécies de sapos mais antigas do que o período glacial em áreas remanescentes de Mata Atlântica no Rio Grande do Sul. Segundo a estudiosa, isso indicaria que pode não ter havido fragmentação na Mata Atlântica ou que refúgios significativos conseguiram se manter.

Para chegar a essa conclusão, a estudiosa seguiu os caminhos de uma outra pesquisa, que dizia exatamente o contrário. O trabalho anterior, Stability predicts genetic diversity in the brazilian atlantic forest hotspot, foi realizado por cientistas brasileiros e americanos e seu resultado foi publicado em 2009, na revista Science, dos EUA. O pesquisador Célio Haddad, também do IB, participou daquele estudo coletando anfíbios de norte a sul da Mata Atlântica.

Mais espécies


Em laboratório, os cientistas analisam os genes desses animais e verificam a quantidade de mutações ocorridas. Quanto maior o número de mutações verificadas no material genético, mais antigo é o ancestral daquele animal. Com base nesse tipo de análise, os pesquisadores tinham entendido que a população de pererecas e sapos mais antiga estava na região do sul da Bahia, já reconhecida como uma das que apresentam a maior biodiversidade do planeta. E nos estados do Sul essas espécies eram mais recentes, indicando que o local poderia ter passado por uma recolonização após um período de extinção.

“O problema é que esse estudo só trabalhou com três espécies, um número demasiado pequeno para uma conclusão como esta”, afirma Haddad. Ele coorientou a tese de Maria Tereza, que pesquisou seis linhagens de sapos, recolhidos nas mesmas regiões. Com a ampliação do número de animais, foi possível identificar espécies tão antigas no Sul quanto no Nordeste. “Sabendo que eles estavam ali antes do degelo, garantimos que a floresta também estava de pé, já que esses anfíbios, como outros animais, dependeriam daquela biodiversidade para existir”, explica a pesquisadora.


Em seguida, a cientista empregou modelagens matemáticas, uma série de cálculos estatísticos, para verificar as variações do clima ao longo dos anos. É possível, assim, determinar os lugares que apresentavam, no passado, as condições climáticas que suportariam a mata. Ao cruzar as informações, a pesquisadora concluiu que essas regiões coincidem com os locais em que as linhagens mais antigas foram recolhidas, reafirmando assim que a floresta não havia desaparecido. “Esse cruzamento de informações é uma nova abordagem, que torna estudos sobre refúgios ambientais ainda mais objetivos”, diz Haddad.


Maria Tereza defenderá sua tese no final de 2010. Atualmente, ela se concentra na revisão taxonômica, que define as características exatas das espécies coletadas, incluindo a morfologia. A bióloga realiza estágios periódicos em laboratórios da Universidade de Cornell, em Ithaca, no estado de Nova York, nordeste dos EUA. O orientador do trabalho é o professor João Miguel de Barros Alexandrino, da Unifesp, câmpus de Diadema, que era pesquisador da Unesp no início do doutorado.


Restam 7% de mata


As regiões em que os sapos de antiga linhagem foram encontradas podem ter resistido à era do gelo, mas correm o risco de não sobreviver à degradação ambiental causada pelo homem. Haddad conta que muitos dos locais em que esses anfíbios foram recolhidos não são áreas de preservação ambiental. “O sul da Bahia chega a ter biodiversidade superior à da Amazônia, mas a busca por um desenvolvimento econômico baseado num modelo não-sustentável está destruindo essa riqueza.”

Essa área mantinha uma forte produção de cacau, que convivia bem com a presença do ecossistema, já que o cacaueiro precisa da sombra das árvores mais altas. Nos anos 90, a proliferação da “vassoura de bruxa”, um fungo que destrói as plantações cacauieiras, levou os agricultores a buscar novas culturas ou alternativas industriais. Nos dias de hoje, a região ainda é carente de desenvolvimento econômico, e as propostas nesse sentido, como a criação de portos e estradas, esbarram no perigo de destruição da floresta. Para o pesquisador, o governo deveria investir nos locais, criando reservas ambientais bem protegidas e compensar financeiramente os municípios do entorno, incentivando a preservação.


Originalmente, a Mata Atlântica se estendia de partes do Paraguai e Argentina, percorrendo todo a costa brasileira até o Piauí. Restam apenas 7% de sua formação original e muitas espécies foram extintas antes mesmo de serem conhecidas pela ciência, segundo informações da Ong SOS Mata Atlântica.

sábado, 1 de maio de 2010

Poder de destruição do petóleo sempre surpreende.


Fonte: IG
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A Casa Branca anunciou nesta sexta-feira que vai interromper todos os novos projetos de exploração de petróleo em alto mar até que as causas do acidente com uma plataforma do grupo britânico BP, que já causa um desastre ambiental, sejam esclarecidas. Segundo documento obtido pelo iG, o acidente na plataforma Deepwater Horizon teria sido causado por erro humano.


David Axelrod, assessor especial da Casa Branca, afirmou que os planos do presidente Barack Obama para retomar a perfuração de poços de petróleo na costa americana será interrompido até que a causa da explosão na plataforma Deepwater Horizon seja conhecida. "Ninguém vai autorizar novas perfurações até que tudo seja esclarecido", disse Axelrod.

Axelrod também rechaçou as comparações feitas pela imprensa entre a resposta de Barack Obama e a lenta resposta do governo Bush ao furacão Katrina, em 2005. "Essa comparação é sempre feita em Washington quando alguma tragédia acontece", disse. Segundo o assessor de Obama, o governo dos EUA reagiu rapdiamente ao acidente. "Enviamos a Guarda Costeira ao local quase que imediatamente", disse.

Obama levantou recentemente uma moratória de perfuração em alto mar para muitas áreas, incluindo áreas no Atlântico e do Golfo. Mas Axelrod disse sexta-feira "nenhuma perfuração adicional havia sido autorizada" até então.

Após o acidente da última semana, membros do Congresso pressionam para que Obama abandone todos os planos de epxloração em alto mar. Segundo Robert Gibbs, secretário de Imprensa dos EUA, as novas informações sobre a causa e os efeitos do acidente no Golfo do México podem mudar o posicionamento de Obama sobre o assunto.

Pressão para resposta do governo


Nesta sexta-feira, o governo dos EUA ampliou os esforços para evitar que o petróleo que vazou de um poço no golfo do México provoque um desastre ambiental ao se aproximar da foz do rio Mississippi.

Pressionado pela oposição, o presidente Barack Obama prometeu "usar todo e qualquer recurso disponível", e os militares estão mobilizados para combater o vazamento, que ja atingiu o litoral da Louisina e ameaça chegar a mais três Estados do sul dos EUA - Texas, Alabama e Flórida -, com potencial para afetar a pesca, a preservação ambiental e o turismo.


Mancha de óleo chega ao litoral da Louisiana

O vazamento de petróleo no Golfo do México alcançou na noite de quinta-feira a costas do Estado da Louisiana, sul dos Estados Unidos, anunciaram as autoridades locais, no que ameaça ser uma das maiores catástrofes ambientais da região.


Billy Nungesser, chefe da administração da localidade de Plaquemines Parish, na Louisiana, declarou que a mancha de petróleo - originada em uma plataforma do grupo britânico BP que afundou em 22 de abril - alcançou a costa, reserva de fauna, perto da foz do rio Mississippi.

O vazamento foi declarado desastre de importância nacional, o que libera recursos federais para as ações de emergência. O anúncio foi precedido pela descoberta de um novo despejo de petróleo, que joga no mar mais de 5 mil barris (800 mil litros) por dia.

A secretária de Segurança Interna, Janet Napolitano, insistiu que a BP, que administrava a plataforma de prospecções que explodiu e afundou na semana passada, é responsável pelo vazamento e exigiu uma reação rápida da empresa.

Navios da Guarda Costeira e da BP conseguiram cercar com barreiras flutuantes parte da camada para atear fogo e evitar que alcançasse a costa. Mas incendiar a mancha de óleo traz novos problemas ambientais, já que provoca grandes nuvens de fumaça negra tóxica e deixa resíduos oleosos no mar.

Os outros estados da região - Flórida, Alabama e especialmente Mississippi - temem que a maré negra afete suas praias e contamine as zonas pesqueiras, cruciais para a economia local.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Apelo de líder indígena sobre Belo Monte.

Comunicado


Nós lideranças e guerreiros estamos aqui em nosso movimento e vamos continuar com a paralisação da balsa pela travessia do rio xingu. Enquanto Luiz Inacio Lula da Silva insistir de construir a barragem de Belo Monte nós vamos continuar aqui. Nós ficamos com raiva de ouvir Lula falar que vai construir Belo Monte de qualquer jeito, nem que seja pela força!!!   Agora Nos indios e o povo que votamos em Lula estamos sabendo quem essa pessoa. Nós não somos bandidos, nós não somos traficantes para sermos tratados assim, o que nós queremos é a não construção da barragem de Belo Monte. Aqui nós não temos armas para enfrentar a força, se Lula fizer isso ele quer acabar com nós como vem demonstrando, mas o mundo inteiro vai poder saber que nós podemos morrer, mais lutando pelo nosso direito. Estamos diante de um Governo que cada dia que passa se demonstram contra nós indios. Lula tem demonstrado ser  inmingo número um dos indios e Marci o Meira o atual Presidente da Funai tem demostrado a ser segunda pessoa no Brasil contra os indios, pois, a Funai não  tem tratado mais assuntos indigenas, não demarcação de terra indigena mais, não tem fiscalização  de terra indigena mais, não tem aviventação em terra indigena. Os nossos líderes indigenas  são empedido de entrarem dentro do predio da funai em Brasilia pela força nacional. O que esta acontecendo com nós indios é um fato de grande abandono, pois, nós indios que somos os primeiros habitantes deste pais estamos sendo  esquecidos pelo Governo  de Lula que quer a nossa destruição, é esta aconclusão que chegamos.


Lider indigena Megaron Txukarramãe
Aldeia Piaraçu, 26 de abril de 2010

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Coréia do Sul apresenta residência auto-suficiente que gera toda energia que consome


Construída na província de Gyeonggi, na Coréia do Sul, a residência ‘Green Tomorrow’ (do Amanhã Verde) é uma casa auto-suficiente que impressiona. Ela é livre de emissões, pois o consumo de combustível fóssil é zero.
A casa conseguiu a classificação LEED Platina (maior certificação para edifícios) para a residência, sendo a primeira a obter esta certificação no Leste da Ásia.
A casa ‘Samsung Green Tomorrow’ tem 500 m2 e não consome nenhuma energia elétrica da rede elétrica. Ela foi feita para mostrar uma grande variedade de estratégias ecoeficientes para edifícios. Foi projetada pelo Samoo Architects com a consultoria da Arup.
Entre as tecnologias inovadoras da casa estão um sistema de distribuição sofisticado de energia que se comunica com a rede, uma fachada de alta performance que reduz o consumo de energia, sensores de luz, bombas de calor, aquecimento piso radiante, iluminação de alta eficiência e 163m2 de cobertura de painéis fotovoltaicos. Todas estas tecnologias trabalham em conjunto para criar o que eles estão chamando de energia zero, residência de emissões zero.
Eles também utilizaram outras estratégias para edifícios sustentáveis, tais como: bacias com caixa acopladas de fluxo duplo, mictórios secos e sistema de águas cinza, que reduz o consumo de água. Os materiais possuem baixos níveis de VOC (Compostos Orgânicos Voláteis) e ventilação eficiente para garantir um interior saudável.
LEED platina é um feito incrível e a ‘Green Tomorrow house’ é mais uma residência  que mostra o que o futuro da construção sustentável pode realizar.

Via http://ciclovivo.wordpress.com/ 

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